Vós sois os meus filhos bem-amados

A Vida para a Glória do Pai

Vós sois os meus filhos bem-amados

Ao Bispo

Também te quero dizer uma palavra a ti, Meu filho Alexandre, para que os Meus desejos sejam realizados no mundo.

É preciso que, como pai espiritual da "plantinha" do meu Filho Jesus, sejais os promotores desta Obra, quer dizer, deste Culto Especial que Eu espero dos homens. É a vós, meus filhos, que Eu confio esta Obra e o seu futuro tão importante.

Falai, insisti, dai a conhecer o que Eu disser para que Eu seja conhecido, amado e honrado, por todas as minhas criaturas, e tereis feito o que espero de vós, ou seja, a Minha Vontade, e tereis realizado os desejos que desde há muito mantive em silêncio.

De tudo o que fizerdes para Minha Glória, Eu farei o dobro para a vossa salvação e para a vossa santificação. Enfim, será no Céu e só no Céu que vereis a grande recompensa que vos darei, a vós especialmente e a todos os que trabalharem para esta mesma finalidade.

Criei o homem para Mim e é bem justo que Eu seja Tudo para o homem. O homem não saboreará verdadeiras alegrias fora do seu Pai e Criador, porque o seu coração foi feito só para Mim.

Por meu lado também, o meu Amor pelas minhas criaturas é tão grande que a minha maior alegria é poder estar entre os homens.

A minha Glória no Céu é infinitamente grande, mas a minha Glória é ainda maior quando Me encontro entre os meus Filhos, os homens do mundo inteiro. O vosso Céu, minhas criaturas, é no Paraíso com os meus Eleitos, porque é lá, no Céu, que Me contemplareis numa perpétua visão e que gozareis de uma glória eterna. O meu Céu é na Terra com todos vós, ó homens! Sim, é na Terra e nas vossas almas que Eu procuro a minha felicidade e a minha alegria. Podeis dar-Me esta alegria e é mesmo um dever vosso fazê-lo, pelo vosso Criador e vosso Pai, que o deseja e o espera de vós.

A minha alegria por estar entre vós não é menor que a que Eu sentia quando estava com o meu Filho Jesus durante a Sua Vida mortal; o meu Filho, era Eu que O enviava. Foi concebido pelo meu Espírito Santo, que sou Eu também, numa palavra, Ele era sempre Eu.

A vós, minhas criaturas, amando-vos como ao meu Filho que sou Eu, digo-vos como a Ele: vós sois os meus Filhos bem-amados, em quem ponho as minhas complacência. É por isso que Me alegro na vossa companhia e desejo permanecer convosco. A minha Presença entre vós é como o Sol sobre o mundo terrestre: se estiverdes bem dispostos para Me receber, virei junto de vós, entrarei em vós, iluminar-vos-ei, aquecer-vos-ei com o meu Amor infinito.

Vós, almas em estado de pecado ou ignorantes da verdade religiosa, Eu não poderei entrar em vós. Mas estarei, mesmo assim, ao pé de vós, porque nunca deixo de vos chamar, de vos convidar a desejar receber os bens que vos trago para que vejais a Luz e vos cureis do pecado.

Umas vezes olho-vos com compaixão pelo infeliz estado em que vos encontrais; outras vezes, olho-vos com amor para vos dispor a ceder aos atrativos da Graça. Passo, por vezes, dias, anos mesmo, junto de certas almas, para lhes poder assegurar a felicidade eterna. Elas ignoram que Eu estou presente e que as espero, as chamo a cada instante do dia. No entanto, nunca Me canso, e tenho, apesar de tudo, a minha alegria em estar ao pé de vós, sempre na esperança de que um dia acabareis por voltar para o vosso Pai, dando-Me ao menos, antes de morrer, alguns atos de amor.

Eis, por exemplo, uma alma que vai morrer: esta alma foi sempre para Mim como o filho pródigo. (Nota da Madre Eugénia: vi este exemplo concretizar-se, tal como o nosso Pai o disse e eu o escrevo.)

Eu enchia-a de bens e ela ia esbanjar todos esses bens, esses dons gratuitos de seu Pai tão cheio de amor e, ainda por cima, ofendia-me gravemente. Eu esperava-a, seguia-a para toda a parte, dava-lhe novos favores, tais como a saúde e os bens que Eu fazia sair dos seus trabalhos, de modo que ela tinha tudo o que é supérfluo. Por vezes, a minha Providência, obtinha-lhe ainda novos bens. Ela vivia, pois, na abundância, mas só via tudo à triste luz dos vícios e toda a sua vida foi uma trama de desvarios, pelo pecado mortal habitual. Mas o meu Amor nunca se cansou. Eu seguia-a, amava-a e, sobretudo, apesar das recusas que Me opunha, Eu estava contente por viver pacientemente ao pé dela, na esperança de que talvez um dia ela escutasse o meu Amor e voltasse a Mim, seu Pai e seu Salvador.

Por fim aproxima-se o seu último dia. Envio-lhe uma doença para que se possa recolher e voltar a Mim, seu Pai. Mas o tempo passa e eis o meu pobre filho com 74 anos, na sua última hora. Eu estou junto dele como sempre; falo-lhe com mais Bondade do que nunca. Insisto, convoco os meus eleitos para que eles rezem por ele afim de que ele peça o perdão que Eu lhe ofereço... Neste minuto, antes de exalar o último suspiro, ele abre os olhos, reconhece os seus desvarios e como se afastou do verdadeiro caminho que conduz a Mim. Entra em si mesmo; depois, com a sua fraca voz, que ninguém a sua volta ouviu, disse-Me:

Oh, meu Deus, vejo agora como o vosso Amor por mim foi grande e como Vos ofendi continuamente com a minha vida tão má. Eu nunca pensava em Vós, meu Pai e meu Salvador. Agora, por este mal que Vós vedes em mim e que eu reconheço, para minha grande confusão, peço-Vos perdão e eu Vos amo, meu Pai e meu Salvador!

Morreu no mesmo instante e ei-lo diante de Mim. Julgo-o com o Amor de um Pai, como ele Me chamou; está salvo. Permanecerá algum tempo no lugar de expiação, e depois será feliz por toda a eternidade. E Eu, depois de Me ter alegrado, durante a sua vida, na esperança de o salvar pelo seu arrependimento, alegro-Me agora mais, com a minha Corte Celeste, por ter realizado o meu desejo e ser o seu Pai por toda a Eternidade.

Quanto às almas que vivem na justiça e na graça santificante, tenho a minha felicidade em estabelecer-Me nelas. Dou-Me a elas, confio-lhes o uso do Meu Poder e, pelo Meu Amor, elas encontram uma antecipação do Paraíso em Mim, seu Pai e seu Salvador!"

Assim termina o primeiro Caderno da Mensagem.